Vê como ele está lindo.
Olha praquele balão multicor
como no céu vai sumindo.
em homenagem a São João.
O forró já começou.
Vamos, gente, arrasta pé nesse salão.
os conviva vão chegando,
o quentão vai se servido,
o leitão tá esturricando.
Tem pipoca, tem pamonha,
mio verde com fartura.
Tem cabrito e frango assado,
tem doce de rapadura.
Tem tanta coisa gostosa
que barriga quase fura…
Chame o Mané Sanfoneiro
que o baile vai começá!
Vamos dançá a quadrilha,
cada um no seu lugar.
E a festança continua,
continua o arrasta-pé.
Dança home com otro home
e muié com otra muié.
Um já gasto as butinas,
otro já sento cansado.
As moças dançam com o padre,
as véia com o delegado.
Uns ainda tão na mesa
comendo doce e salgado.
A fogueira vai queimando
que dá gosto a gente ve.
As estrelas ainda piscando,
o sol quase pra nasce.
Tá todo mundo esperando
otro dia amanhece…
(João B. Filho)
Pula a fogueira Iaiá,
pula a fogueira Ioiô.
Cuidado para não se queimar.
Olha que a fogueira
já queimou o meu amor.
Nesta noite de festança
todos caem na dança
alegrando o coração.
Foguetes, cantos e troca
na cidade e na roça
em louvor a São João.
Nesta noite de folguedo
todos brincam sem medo
a soltar seu pistolão.
Morena flor do sertão,
quero saber se tu és
dona do meu coração."
apagaro o candihero,
derramaro o gai.
apagaro o candihero,
derramaro o gai.
Coisa boa nesse escuro
eu sei que não sai.
Já não tão mai respeitando
nem eu qui sou pai,
pois me dero um beliscão,
quase a carça cai.
Não se pr'onde vai
por isso nesse coco
num vadeio mai.
Cai, cai, balão.
Cai, cai, balão.
Aqui na minha mão.
Não vou lá, não vou lá, não vou lá.
Tenho medo de apanhar.
Venha cá, meu balãozinho.
Diga aonde você vai.
Vou subindo, vou pra longe,
vou pra casa dos meus pais.
Ah, ah, ah, mas que bobagem.
Nunca vi balão ter pai.
Fique quieto neste canto
e daí você não sai.
Toda mata pega fogo.
Passarinhos vão morrer.
Se cair em nossas matas,
o que pode acontecer.
Já estou arrependido.
Quanto mal faz um balão.
Ficarei bem quietinho,
amarrado num cordão.
(Lamartine Babo)
Chegou a hora da fogueira.
É noite de São João.
O céu fica todo iluminado,
fica todo estrelado,
pintadinho de balão.
Pensando na cabocla a noite
também fica uma fogueira
dentro do meu coração.
Quando eu era pequenino,
de pé no chão,
recortava papel fino
pra fazer balão.
E o balão ia subindo
para o azul da imensidão.
Hoje em dia meu destino
não vive em paz.
O balão de papel fino
já não sobe mais.
O balão da ilusão
levou pedra e foi ao chão
(João de Barros e Adalberto Ribeiro)
Capelinha de melão
é de São João.
É de cravo, é de rosa,
é de manjericão.
São João está dormindo,
não me ouve não.
Acordai, acordai,
acordai, João.
Atirei rosas pelo caminho.
A ventania veio e levou.
Tu me fizeste com seus espinhosuma coroa de flor.
(Carlos Braga e Alberto Ribeiro)
O balão vai subindo,
vem caindo a garoa.
O céu é tão lindo
e a noite é tão boa.
São João, São João,
acende a fogueira/no meu coração.
Sonho de papel
a girar na escuridão
soltei em seu louvor
no sonho multicor.
Oh! Meu São João.
Meu balão azul
foi subindo devagar
/O vento que soprou
meu sonho carregou.
Nem vai mais voltar.
(Lamartine Babo)
ao querido São João
que me desse um matrimônio.
São João disse que não,
São João disse que não,
isto é lá com Santo Antônio.
Implorei a São João
desse ao menos um cartão
que eu levasse a Santo Antônio.
São João ficou zangado.
São João só dá cartão
com direito a batizado.
São João não me atendendo
a São Pedro fui correndo.
No portão do paraíso
disse o velho num sorriso:
"Minha gente eu sou chaveiro,
nunca fui casamenteiro".
Com a filha de João
mas Pedro fugiu com a noiva
na hora de ir pro altar.
A fogueira está queimando,
o balão está subindo,
Antônio estava chorando
e Pedro estava fugindo.
E no fim dessa história,
ao apagar-se a fogueira,
João consolava Antônio,
que caiu na bebedeira.
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